Texto produzido em parceria com meu pai.
Definimos a razão como capacidade de apreender o mundo à partir de seus princípios gerais e de aplicar esta apreensão às particularidades de nossa vida. A criança ao deparar-se com o mundo o enxerga através das cores, volumes e formas, gostos e cheiros, sons, conteúdos, utilidades, atividades e assim por diante. Assim, ela inaugura sua atividade cognitiva pelo principio que lhe é imediato e intuitivamente acessível, abstraindo as coisas que assim conhece por classes e conjuntos de toda sorte de semelhanças e não-semelhanças.
Este é o primeiro passo que o ser humano dá, na elaboração das representações mentais do mundo que o rodeia. Desta aptidão que é intuitiva os animais também participam cada qual em sua própria condição cognitiva.
Dentre as
coisas que se apresentam como objetos de conhecimento, a criança abstrai logo
duas que se lhe parecem vitais: a atividade e a utilidade. Toda atividade visa
ter utilidade e a terá atendendo a uma necessidade, coisa que presumimos esteja
nos faltando.
Assim a
criança passa a catalogar as ações e as atividades das quais fazem parte por
ordem das semelhanças que tem em suas utilidades. Como primeiro ato de
interação com o mundo, a criança aplica
também a si mesma, o mesmo principio procurando encontrar suas próprias
semelhanças com as coisas que fazem parte de sua vida, de seu mundo.
Por isto, as
primeiras atividades interativas da criança se pautam na imitação- aprende a se
inserir no mundo se lhe tornando semelhante- imita aos outros as palavras, os
gestos, as ações e preferências de tal sorte que este modo genuíno porém
ingênuo de interação com o mundo acaba tornando-se-lhe um hábito enraizado e
modo de ser; que o digam os modismos que ditam as tendências por vestimentas,
gostos, preferências, enfim, estilos de vida à que temos que irresistivelmente
aderir.
A criança se
limitaria as suas atividades imitativas não fossem os erros recorrentes que o
frustram. O erro faz a criança buscar aquilo que faltou a tarefa para que fosse
acertada. Erros e acertos advém das tentativas repetidas na execução da mesma
tarefa, que muitas vezes, tornando-se cansativas acabam levando-a para um novo
campo cognitivo onde não precise necessariamente repetir a tarefa para
descobrir-lhe aquilo que passamos a chamar de causa, ainda que seja alguma
forma velada de semelhança, não mais virá ao conhecimento através de repetições
a-sistemáticas.
Como podem duas ou mais ações intuídas como semelhantes resultarem em coisas não-semelhantes? E como podem duas ou mais ações intuídas como não-semelhantes resultarem em coisas semelhantes? Onde está o fator de semelhança cuja eficácia faltou ao conhecimento ou à própria ação? Haverá um princípio a ser descoberto que torne a ação eficaz? A causalidade pressupõe que sim e nos capacita a uma nova forma de conhecer as coisas que como nós interagem entre si, sendo a causalidade o nome que damos à forma de conhecer as coisas em suas interações com o mundo.
Como podem duas ou mais ações intuídas como semelhantes resultarem em coisas não-semelhantes? E como podem duas ou mais ações intuídas como não-semelhantes resultarem em coisas semelhantes? Onde está o fator de semelhança cuja eficácia faltou ao conhecimento ou à própria ação? Haverá um princípio a ser descoberto que torne a ação eficaz? A causalidade pressupõe que sim e nos capacita a uma nova forma de conhecer as coisas que como nós interagem entre si, sendo a causalidade o nome que damos à forma de conhecer as coisas em suas interações com o mundo.
A razão
discursiva dá condições ao homem de concatenando os pensamentos fundamentá-los
de tal modo que resultem em novos pensamentos/ conhecimentos, estes não
advindos portanto da experiência direta. Quando a criança começa a perguntar o
por quê disto e o por quê daquilo ou daquele outro, é porque já ingressou na
razão discursiva.
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