Texto produzido em parceria com meu pai.
O
conhecimento
é a
percepção que
temos do
mundo,
ou
seja, é a
representação pessoal que
fazemos de todas as
coisas que desejamos
conhecer.
Por exemplo:
desejamos
conhecer uma
pessoa,
então, fazemos uma
representação
dela
em nossa
mente; desejamos
ler
um livro,
então,
por
analogia, assemelhamos
tudo aquilo que lemos
com algo que já nos é
familiar; desejamos
entender
melhor um
fato,
um
acontecimento,
então,
fazemos dele uma
representação pessoal em nossa mente, e
assim é,
em relação a
tudo
o
que desejamos
conhecer.
No
entanto, a
minha
experiência de
conhecimento
não se assemelha a de
outrem,
pois pode
ser por exemplo,
que a
pessoa que eu quero
conhecer, seja
vista de uma
forma por mim e de
outra por outrem, pode
ser que eu a ache
uma
pessoa sincera
ao
passo que
outrem a ache uma
pessoa
que finge
ser
sincera,
mas
que no
fundo,
é
falsa; pode
ser
que eu
compreenda o
livro lido de
maneira diferente
da
que outra
pessoa que o
leu compreendeu,
já que
os
nossos referenciais
são diferentes,
ou então,
pode
ser que eu dê importância a
partes
do
livro que
a
outra pessoa
achou
sem importância,
pois nós nos identificamos
com
assuntos diferentes;
e pode
ser também
que eu
interprete
um fato
de
maneira diferente
da
que outra
pessoa o fez,
como
quando alguém
faz uma boa
ação por
exemplo,
eu
interpreto
que tal
pessoa é uma
pessoa generosa,
enquanto
outrem interpreta
que
tal pessoa só agiu
assim para ser visto,
para dar a “
impressão” de
ser uma boa
pessoa.
Partindo
do conhecimento das coisas
ao meu redor,
nos percebemos como
que
diferentes de todos os demais;
com modos
de ser, pensar e sentir diferentes; nos percebemos diferentes
dos objetos, dos animais
e etc. Nos percebemos então, como indivíduos, isto
é, como um
ser individual
e particular, com
modos muito
particulares e próprios
de ser, pensar, sentir, interpretar. Logo, sou um indivíduo diferente
de todos os demais
indivíduos; sou portanto,
único neste mundo,
e todos os demais,
embora se assemelhem em algum aspecto comigo, não são como eu. Esta percepção de que
sou um indivíduo,
de que sou diferente
de todo resto,
é o conhecimento que
tenho de mim diante
do outro, isto
é consciência.
Diante da percepção
de que sou único
frente aos outros
e ao mundo, sinto a necessidade
de fazer minhas
escolhas. Escolher
uma profissão que
se adeqüe à minha personalidade,
escolher uma namorada
que se ajuste
ao meu modo
de ser, escolher até mesmo o que fazer diante das situações
difíceis como, me
irritar ou ser paciente, odiar ou amar, perdoar ou não perdoar e etc.
Em toda escolha que
faço, me utilizo da minha
liberdade- eu escolho ou isto ou aquilo. Contudo,
diante de duas ou
mais possibilidades de escolha que
tenho diante de mim,
eu sinto angústia.
Sentir angustia significa sofrer
a cada escolha
que tenho de fazer,
pois toda escolha pressupõe de que
sou eu o responsável
por ela,
e de que apesar
disto, eu nunca
sei se a escolha que
faço é a escolha certa,
se ela dará resultados
positivos, quais
serão suas
conseqüências, seus
desdobramentos etc. E ainda que eu pense “não vou fazer nada em
relação a este
problema, não
vou me envolver”,
ainda assim,
eu fiz uma escolha,
eu escolhi não
fazer nada, logo, eu sou também responsável
por não
me envolver, pois a não-escolha, já
é uma escolha.
A angústia está justamente
nisto: de que, sendo o indivíduo livre
para escolher, ele é totalmente
responsável por
aquilo que
ele escolhe, e de que
é impossível (ainda
que se queira) se livrar
da responsabilidade de suas escolhas.
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