quinta-feira, 25 de julho de 2013

MÚSICA PARA EDUCAR AS EMOÇÕES


Concerto (1485-95), Tela a óleo de Lorenzo Costa (m. 1535)



A música de maneira geral, é a elaboração rebuscada das emoções básicas do homem. O choro, a tristeza, a alegria, a paz, etc. Todas as emoções humanas são, na música, rebuscadas e elaboradas. Ouvindo blues, podemos perceber a tristeza e o choro; o jazz, a euforia ou a tranquilidade, dependendo do estilo; o rock, expressa a raiva e revolta; música clássica, expressam várias emoções conjugadas à um nível intelectual que faz o ouvinte sentir ao mesmo tempo em que precisa inteligir a respeito do que ouve; e, assim por diante...

Schiller, porém, em sua obra Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade, diz que a boa obra de arte é aquela que consegue conjugar a sensação com a razão por meio do impulso lúdico, numa tensão dialética apropriada. 

Lembrando de que a sensibilidade é passiva (vide Kant), refere-se a liberdade e espontaneidade em receber por meio dos sentidos o objeto.A razão é ativa, posto que organiza o mundo articulando conceitos e mexendo com eles como melhor lhe aprouver. Já, o impulso lúdico serve, segundo Schiller, para harmonizar os dois impulsos, tanto da sensação como da razão, não deixando pender mais para um lado que para outro ( Cf. Schiller, p. 86-87). 

Assim, alcançaríamos a harmonia e o equilíbrio da identidade da pessoa, bem como, o equilíbrio e a harmonia da cultura. O responsável para que se faça uma tensão dialética equilibrada entre sensação e razão, é o impulso lúdico, marcado e manuseado pela pessoa e pela cultura (sou eu quem o digo, pois Schiller parece, salvo melhor juízo, dizer que esta é tarefa apenas da cultura).

Talvez seja por isso que os filósofos da escola de FrankFurt mal disseram o jazz e outros ritmos populares. Mas, cá entre nós, uma é a cultura e expressão das emoções da elite, outra a do povo. Uma, cheia de requintes e erudição, outra, repleta de euforia, angústia, êxtase, tudo misturado... 

Semelhantemente, é o samba, no Brasil ou o punk rock, salvo as devidas proporções.Portanto amigo, aprimore as próprias emoções, ouvindo boa música, boa obra de arte. O choro se tornará mais profundo e consciente, a alegria, a raiva... mais elaborados e o ajudarão a ter uma vida emocional mais rica e consciente de si mesma.

Amplie seu espectro emocional ouvindo obras musicais que lhe proporcionem maior riqueza. Você poderá ir desde a música erudita até a música popular. Percebendo os requintes de emoção na musicalidade de cada uma, que podem refletir ou não em seu interior - sua própria vida e espectro de emoções. Enriquecendo-o.

Desejo-lhe uma vida rica, emocional, musical e intelectiva.



PARA SABER MAIS:

SCHILLER, Friedrich. Cartas Sobre a Educação Estética da Humanidade. Int.. e notas de Anatol Rosenfeld. São Paulo: EPU, 1991.


José Chadan
   * Publicação atualizada em 16 de novembro do ano de 2013.




Nenhum comentário:

Postar um comentário