quinta-feira, 25 de julho de 2013

2º texto da série: Tirando da marginalidade para proteger


DROGAS, NAS MÃOS DE QUEM?


                          
Foto de Al Capone (1899-1947)
Fonte: Departamento de Justiça dos Estados Unidos
 (retirada da Wikipedia)


O tema das drogas causa desconforto em muita gente, especialmente, dos moralistas. O fato é que as drogas desde sempre fizeram parte da vida humana. Elas foram utilizadas em diversos rituais religiosos na antiguidade, foram proibidas pelo cristianismo na época medieval e no início dos anos 60 foram utilizadas com fins recreativos e não mais religiosos.

O uso de drogas então, remetem à própria história da humanidade. A droga faz parte do centro e não da periferia da vida social. Os gregos a utilizavam em ritos religiosos, os índios também e muitos outros povos as usavam para induzir a mente e o coração a que tivessem experiências místicas. Mais tarde, a geração Beat e hippie usaria, para se libertar das amarras moralistas e sociais em que julgavam viver.

Na época de Freud, a cocaína foi considerada medicamentosa, tanto que ele a usava acreditando nisso. Quando os ingleses colonizaram a América, trouxeram consigo o tabaco, que por muito tempo foi considerado medicamento. Então, o lorde recheava seu cachimbo de tabaco e fumava, pretendendo aliviar alguns sintomas ruins e de saúde. Os Beats experimentaram o peiote e a mescalina, buscando com elas, ampliar a percepção sensorial e assim, "enxergar" melhor as coisas.

Mais tarde porém, o quadro se inverteria. A cocaína seria marginalizada pela medicina moderna e considerada daninha para a saúde. O mesmo ocorreria com o tabaco das Américas e com todo tipo de alucinógeno, que pretendia "expandir" a percepção.

A morfina também, outrora tida como droga e proibida, passou a ser utilizada em hospitais como medicamentosa e para alívio das dores.

A própria bebida alcoólica, foi considerada droga e marginalizada. Um dos grandes nomes do tráfico na época foi Al Capone. Entretanto, nasceu aí, um enorme mercado clandestino, que gerava muito dinheiro e lucro, assim como bares.

Para uma breve definição da droga, diríamos que droga é toda substância que altera o modo normal de funcionamento do organismo humano. Mas existem substâncias, que embora o alterem de modo significativo, nenhum governo - salvo melhor juízo- as elencou entre o cânon do que é considerado droga: o café, o chá, erva cidreira, o açúcar, dentre outros.

O café deixa a mente alerta, o chá acalma, o açúcar causa certa excitação e combate a depressão e ansiedade. Em doses elevadas tais substâncias poderiam levar um indivíduo ao colapso!

Sendo assim, o que define, ou melhor, quem define o que é e o que não é, droga? E, a resposta: É o mercado. A oferta e a procura. Os interesses dos donos do capital!

E, o mercado como todos sabemos, é o meio pelo qual os homens trocam especiárias, produtos, commodities e etc.  Tudo que se precisa, se acha no mercado. Então vamos até o mercado e barganhamos. Eu tenho necessidade disto e pago tanto. Se muitas pessoas têm a mesma necessidade que eu, a oferta cresce e o preço cai. Ou, o oposto: se poucas pessoas desejam um produto, a oferta é pequena e o preço sobe.

Mas quem regula o mercado? Bem... num regime liberal, o mercado é livre e se auto-regula. Já em um regime comunista, o Estado o regula. 

Se for um regime misto, teremos uma interferência tanto da livre iniciativa de empresas privadas quanto do Estado, taxando impostos sobre o que entra e o que sai.

A quem devemos confiar pois, o regime das drogas? Nas mãos do Estado? Do mercado? De empresas privadas? Ou, de traficantes que barganham tanto com policiais e com políticos?

Para diminuir com o número de mortes, de armas que circulam no país e de corrupção envolvendo deputados e traficantes, talvez a melhor saída fosse deixar as drogas nas mãos do livre mercadoEmpresas de pequeno porte ou mesmo bares de esquina seriam construídos para consumo local, se pagaria um imposto por isto, o mercado se auto-regularia ao mesmo tempo que teria a supervisão do Estado.

O mercado das drogas sempre existiu, o que se deve ter em conta é: optar por um mercado lícito e claro ou por um mercado escuso, cheio de corrupção e sangue inocente.

As mortes diminuiriam. As armas... os traficantes perderiam seu posto e os políticos sua benesses por meios ilícitos. Com as portas escancaradas, ao invés de investirmos em policiamento - corrupto nesses casos- investiríamos em mais educação e saúde. Educaríamos nossos jovens para os riscos de cada droga e ofereceríamos tratamento para aqueles que já caíram na armadilha.

E, talvez mesmo, um pequeno empresário, investisse em sua pequena empresa, que lucra com a venda de entorpecentes, mas esta, seria fiscalizada pela prefeitura, que a obrigaria a ter um ambiente limpo para o consumo e com ligações a algum centro hospitalar no caso de haver overdose e urgência de atendimento. Além de uma ala aberta àqueles que buscam tratamento para se livrar do vício e da dependência química.



A proposta seria de um novo modelo:

Micro-empresas que oferecem drogas, supervisionadas pela prefeitura. 

Ao invés de traficantes que são caçados por policiais.







O "X" da questão é: 




Drogas, nas mãos de quem?

de traficantes, deputados, policiais e fabricantes de armas

ou 

de micro-empresários, mercado, vigilância sanitária, prefeituras, educadores e sistemas de saúde? 



Drogas, nas mãos de quem?


Amigo, pense e decida: quem cuidaria melhor do seu filho caso ele caísse na armadilha das drogas?



Um abraço fraterno,
José Chadan

Nenhum comentário:

Postar um comentário