DROGAS, NAS MÃOS DE QUEM?
Foto de Al
Capone (1899-1947)
Fonte: Departamento de Justiça dos Estados Unidos
(retirada da Wikipedia)
O tema das drogas causa desconforto em muita gente, especialmente, dos moralistas. O fato é que as drogas desde sempre fizeram parte da vida humana. Elas foram utilizadas em diversos rituais religiosos na antiguidade, foram proibidas pelo cristianismo na época medieval e no início dos anos 60 foram utilizadas com fins recreativos e não mais religiosos.
O uso de drogas então, remetem à própria história da humanidade. A droga faz parte do centro e não da periferia da vida social. Os gregos a utilizavam em ritos religiosos, os índios também e muitos outros povos as usavam para induzir a mente e o coração a que tivessem experiências místicas. Mais tarde, a geração Beat e hippie usaria, para se libertar das amarras moralistas e sociais em que julgavam viver.
Na época de Freud, a cocaína foi considerada medicamentosa, tanto que ele a usava acreditando nisso. Quando os ingleses colonizaram a América, trouxeram consigo o tabaco, que por muito tempo foi considerado medicamento. Então, o lorde recheava seu cachimbo de tabaco e fumava, pretendendo aliviar alguns sintomas ruins e de saúde. Os Beats experimentaram o peiote e a mescalina, buscando com elas, ampliar a percepção sensorial e assim, "enxergar" melhor as coisas.
Mais tarde porém, o quadro se inverteria. A cocaína seria marginalizada pela medicina moderna e considerada daninha para a saúde. O mesmo ocorreria com o tabaco das Américas e com todo tipo de alucinógeno, que pretendia "expandir" a percepção.
A morfina também, outrora tida como droga e proibida, passou a ser utilizada em hospitais como medicamentosa e para alívio das dores.
A própria bebida alcoólica, foi considerada droga e marginalizada. Um dos grandes nomes do tráfico na época foi Al Capone. Entretanto, nasceu aí, um enorme mercado clandestino, que gerava muito dinheiro e lucro, assim como bares.
Para uma breve definição da droga, diríamos que droga é toda substância que altera o modo normal de funcionamento do organismo humano. Mas existem substâncias, que embora o alterem de modo significativo, nenhum governo - salvo melhor juízo- as elencou entre o cânon do que é considerado droga: o café, o chá, erva cidreira, o açúcar, dentre outros.
O café deixa a mente alerta, o chá acalma, o açúcar causa certa excitação e combate a depressão e ansiedade. Em doses elevadas tais substâncias poderiam levar um indivíduo ao colapso!
Sendo assim, o que define, ou melhor, quem define o que é e o que não é, droga? E, a resposta: É o mercado. A oferta e a procura. Os interesses dos donos do capital!
E, o mercado como todos sabemos, é o meio pelo qual os homens trocam especiárias, produtos, commodities e etc. Tudo que se precisa, se acha no mercado. Então vamos até o mercado e barganhamos. Eu tenho necessidade disto e pago tanto. Se muitas pessoas têm a mesma necessidade que eu, a oferta cresce e o preço cai. Ou, o oposto: se poucas pessoas desejam um produto, a oferta é pequena e o preço sobe.
Mas quem regula o mercado? Bem... num regime liberal, o mercado é livre e se auto-regula. Já em um regime comunista, o Estado o regula.
Se for um regime misto, teremos uma interferência tanto da livre iniciativa de empresas privadas quanto do Estado, taxando impostos sobre o que entra e o que sai.
A quem devemos confiar pois, o regime das drogas? Nas mãos do Estado? Do mercado? De empresas privadas? Ou, de traficantes que barganham tanto com policiais e com políticos?
Para diminuir com o número de mortes, de armas que circulam no país e de corrupção envolvendo deputados e traficantes, talvez a melhor saída fosse deixar as drogas nas mãos do livre mercado. Empresas de pequeno porte ou mesmo bares de esquina seriam construídos para consumo local, se pagaria um imposto por isto, o mercado se auto-regularia ao mesmo tempo que teria a supervisão do Estado.
O mercado das drogas sempre existiu, o que se deve ter em conta é: optar por um mercado lícito e claro ou por um mercado escuso, cheio de corrupção e sangue inocente.
As mortes diminuiriam. As armas... os traficantes perderiam seu posto e os políticos sua benesses por meios ilícitos. Com as portas escancaradas, ao invés de investirmos em policiamento - corrupto nesses casos- investiríamos em mais educação e saúde. Educaríamos nossos jovens para os riscos de cada droga e ofereceríamos tratamento para aqueles que já caíram na armadilha.
E, talvez mesmo, um pequeno empresário, investisse em sua pequena empresa, que lucra com a venda de entorpecentes, mas esta, seria fiscalizada pela prefeitura, que a obrigaria a ter um ambiente limpo para o consumo e com ligações a algum centro hospitalar no caso de haver overdose e urgência de atendimento. Além de uma ala aberta àqueles que buscam tratamento para se livrar do vício e da dependência química.
A proposta seria de um novo modelo:
Micro-empresas que oferecem drogas, supervisionadas pela prefeitura.
Ao invés de traficantes que são caçados por policiais.
O "X" da questão é:
Drogas, nas mãos de quem?
de traficantes, deputados, policiais e fabricantes de armas
de traficantes, deputados, policiais e fabricantes de armas
ou
de micro-empresários, mercado, vigilância sanitária, prefeituras, educadores e sistemas de saúde?
Drogas, nas mãos de quem?
Amigo, pense e decida: quem cuidaria melhor do seu filho caso ele caísse na armadilha das drogas?
Um abraço fraterno,
José Chadan
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